terça-feira, 13 de agosto de 2013

Vocação: Sou responsável pela minha vida

Porque somos chamados, também sentimos a exigência de responder. A vocação é chamado de Deus e resposta humana. Deus nos atrai, nos cativa e, por isso, também nos dá condições de responder a seu chamado.

Somos chamados como filhos/as e, por isso, somos livres para responder, numa relação de filhos/as amados, queridos, escolhidos.

Nem sempre é fácil conhecer o caminho. Mas cultivando com Deus, Trindade Santa, uma aliança de filhos, o caminho vai se abrindo para cada um de nós. Jesus Cristo vai nascendo dentro de nós como “caminho, verdade e vida”.

A nossa resposta ao chamado de Deus não é mecânica, nem pré-determinada e , por isso, exige que assumamos nossa vida e a entreguemos ao projeto de Deus. É uma resposta de fé e na fé; esta fé é seguimento de Jesus, como serviço para a libertação da humanidade.

Quando respondemos a Deus, na liberdade, passamos por momentos de questionamento, dúvidas, incertezas e, até mesmo, de angústia. Fazem parte da nossa condição de pessoas livres esses momentos de busca, escuridão e incerteza. E a nossa resposta será sempre no amor de Deus, na paz, mas também no desprendimento de nós mesmos, superando medos e desafios. Assim, nos transcendemos em Deus saímos de nós mesmos e damos um sim ao chamado de Deus, ao Reino, ao seguimento de Jesus.

O chamado de Deus é sempre para levar nossa vida à plenitude, para sermos mais na comunhão com Ele, para doarmos nossa vida como Jesus doou, para enriquecermos a humanidade e a Igreja com tantos dons que Deus nos deu. O chamado de Deus é sempre para uma missão.

Podemos identificar vários sentidos na missão: cuidar da Criação de Deus, da terra, tão maltratada e explorada; cuidar da paz num tempo de tanta violência e armamentos; cuidar da humanidade através da política, da economia, dos meios de comunicação, da educação, etc.; cuidar da dignidade humana, da pessoa humana, para que atinja a plenitude da pessoa de Cristo; cuidar da juventude, das crianças, dos idosos; Evangelizar para que todos conheçam o Evangelho e se unam em comunidades de fé e de amor, voltadas para a transformação e libertação; ser missionário dentro do próprio país ou num país estrangeiro; cuidar da Igreja para que doando sua vida para que a Igreja seja livre, serva e pobre e carregue em si o amor libertador de Deus, na comunhão de amor, na Palavra, nos sacramentos, na Eucaristia, no compromisso de transformação.

A nossa resposta a Deus vai se encontrar com estas perguntas:

Quem eu considero tão digno e com tanto valor que merece que eu entregue/doe a minha vida para seu bem? Os pobres, os jovens, a terra, a Igreja, os que não conhecem Jesus Cristo? Quem?

“Como o Pai me enviou, também eu vos envio”, participamos da missão de Jesus. A vocação é experiência de amor, escolha, chamado, decisão, resposta, missão.

Podemos responder assumindo a condição de leigos/as, no matrimônio ou solteiros, como padres, como pessoas consagradas, religiosos e religiosas; em todas as situações somos chamados/as a ser missionários. “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em plenitude”. O caminho que escolhemos deve ser para servir a vida.

Como descobrir o caminho? Para isso é preciso:

Conhecer-se a si mesmo: seus gostos, seus desejos, suas habilidades, suas tendências.

Conhecer a história pessoal, assumi-la com suas coisas boas e dificuldades, interpretá-la e dar-lhe sentido.

Conhecer o Evangelho: ter vida de comunhão com Deus, Trindade Santa, conhecer a Palavra, amá-la, perceber o que na Palavra de Deus cativa mais o nosso ser.

Ter vida de compromisso na Igreja, na Comunidade: viver na solidariedade do povo de Deus, celebrando, participando de sua vida, enriquecendo a Comunidade com nossa presença.

Perceber o significado e os valores próprios de cada “caminho vocacional”: da vida leiga, do matrimônio, do ser padre, do ser consagrado/a, religioso ou religiosa, do ser missionário.

Perceber que valores dão mais significado, mais sentido à nossa vida: que caminho dá mais coerência e conteúdo à minha história pessoal? Que caminho dá mais unidade e integração à minha história? Que caminho me dá mais condição de servir a libertação/salvação da humanidade? Que caminho me dá mais alegria de viver?

Ser generoso no trabalho, na dedicação, no abraçar uma missão é condição única para responder ao chamado de Deus. Vamos lembrar-nos que responder ao chamado de Deus exige “perder-se a si mesmo”, “vender todos os bens e dar aos pobres”, “carregar a cruz e seguir Jesus”, “deixar pai e mãe, a casa e a terra”.

Às vezes descobrimos o nosso caminho na infância; às vezes na adolescência e juventude; às vezes quando somos jovens maduros; às vezes quando somos adultos. Descobrimos que a vida vivida era vazia e existe uma possibilidade de vida de maior significado e conteúdo, de mais amor, mais apaixonante. A vocação acorda dentro de nós em qualquer idade, nos chamando a maior alegria e serviço, para a transformação e libertação da história.

Quase sempre o caminho da vocação não é o mais fácil. Mas é o de maior conteúdo, riqueza, desprendimento e verdade. A vocação não se revela pelo que dá mais prazer, mas pelo que tem mais alegria, desafio, conteúdo de vida.

Nossa vida dá-nos sinais da presença de Deus e do seu chamado. Que sinais de vocação eu descubro na minha vida, na minha história?

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