Filosofemos! Na sua longa e profunda entrevista a Bill Moyers, Joseph Campbell, famoso mitólogo e mestre de religião comparada faz uso desta expressão: Jesus subiu para dentro! É uma das preciosidades o seu livro “O Poder Do Mito”. Convém aos cristãos pensantes, sobretudo aos católicos que celebram todo ano a festa da Ascensão e da Assunção, mergulhar neste conceito.
Se o céu não é um lugar, mas um modo de ser em Deus; se Deus não mora no céu porque ele é o próprio céu e, se Deus não “possui” nem “tem” amor porque Ele é o amor, então Jesus ao voltar para o Pai não subiu e, sim, voltou à união absoluta e eterna e lá vive. João diz que ele afirmou que viria e nos levaria para onde ele esteve e estará para sempre: no Pai, vale dizer, na Trindade que Deus é. ( Jo 14,3) Não é lugar! É plenitude!
Fica bem mais fácil entender esta catequese quando aprendemos a compreender as metáforas. É de Joseph Campbell a reflexão: quem não compreende a linguagem figurada faz como o sujeito que vai ao restaurante , pede o cardápio e ao deparar com a expressão “bife à milanesa” começa a comer o cardápio… Semelhante postura confusa teve o bêbado que escapou do carro dos amigos, agarrou-se á placa que indicava Belo Horizonte e gritava que tinham chegado. Confundiu o símbolo com o mistério, a placa com o destino final e o sinal com a realidade desejada.
Se o céu não é um lugar, mas um modo de ser em Deus; se Deus não mora no céu porque ele é o próprio céu e, se Deus não “possui” nem “tem” amor porque Ele é o amor, então Jesus ao voltar para o Pai não subiu e, sim, voltou à união absoluta e eterna e lá vive. João diz que ele afirmou que viria e nos levaria para onde ele esteve e estará para sempre: no Pai, vale dizer, na Trindade que Deus é. ( Jo 14,3) Não é lugar! É plenitude!
Fica bem mais fácil entender esta catequese quando aprendemos a compreender as metáforas. É de Joseph Campbell a reflexão: quem não compreende a linguagem figurada faz como o sujeito que vai ao restaurante , pede o cardápio e ao deparar com a expressão “bife à milanesa” começa a comer o cardápio… Semelhante postura confusa teve o bêbado que escapou do carro dos amigos, agarrou-se á placa que indicava Belo Horizonte e gritava que tinham chegado. Confundiu o símbolo com o mistério, a placa com o destino final e o sinal com a realidade desejada.
É confusão frequente de imensa maioria dos crentes… Ouviram dizer que Deus ouve as preces e concluem que Deus ouve toda e qualquer prece, desde que seja repetida muitas vezes e com entusiasmo e convicção. Concluem errado porque não vão fundo. Devoram o chantili sem querer saber do bolo! Jesus já havia alertado para esse tipo de atitude imediatista. Não é fé serena nem esclarecida. Considera isto pagão que não conhece as Escrituras. (Mt 6,7) Chama de vãs repetições o apelo ao número. Não é assim que alguém se relaciona serenamente com Deus. Quando propõe que insistamos na prece fala em diálogo frequente com Deus e não em repetição; critica o show de fé que os fariseus davam nas esquinas. Tinham transformado a religião em espetáculo para aplausos. Ironicamente Jesus diz que se era aplauso que queriam ficassem com aquela recompensa. A do céu tem outra dimensão. ( Mt 6,2)
Buscar dentro de nós o sentido real da vida e busca-lo fora de nós, na História, nas coisas e na fé significa “intus-legere”: ler dentro e ir além do que vemos e sentimos . Vem daí as palavras “entender” e “intuir”. Temos que ir mais dentro para ir mais alto e mais longe. Quem começa a entender essas coisas está apto para falar de espiritualidade. Há dentro de cada religião e de cada pessoa um gigantesco depósito de conteúdo como o Aquífero Guarani. São rios a correr no fundo de nosso eu. Quem não sabe ir fundo, viverá das chuvas e da superfície.
Pessoas profundas entram para fora, caem para cima e sobem para dentro. Isto é: desafiam as dimensões humanas. Apostam mais na profundidade do “algo mais” do que nas vantagens do algo “a” mais..!
Padre Zezinho


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