quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Queridos irmãos e queridas irmãs em Cristo,

Temo-nos reunidos em tantos na casa comum, na casa de nossa mãe. Viemos de tantas lugares - alguns como nós, de bem longe -, e estamos aqui como nos lembrava a 1ª leitura: para professar e celebrar a nossa fé apostólica, aquilo  que nos une: um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus que é Pai de todos, 

Quem facilita esta comunhão, esta celebração da fé e do nosso batismo, do nosso Senhor, é justamente Maria, que nos acolhe em sua casa sob o título de Nossa Senhora Aparecida. E nós, da Diocese de Bacabal, também estamos por um motivo especial: viemos aqui para acolher a imagem peregrina, a imagem que irá peregrinar por todas as paróquias e comunidades de nossa Diocese de Bacabal, para que nos unamos para agradecer ao Senhor pelo dom que nos deu como mãe, Maria e para agradecer estes 300 anos de bênçãos que Maria intercede para nós, fiéis cristãos e cristãs do nosso Brasil. 

Este ato que acolher a imagem que depois vai visitar todas as comunidades e paróquias de nossa diocese acontece em um contexto especial para nós: estamos preparando-nos para o jubileu de ouro dos 50 anos como Igreja e também dentro de um processo de evangelização das Santas Missões Populares. Então esta presença de Maria, esta visita de Maria não é acaso, é dentro do projeto misericordioso de Deus, dentro de sua providência.

Nós queremos no jubileu agradecer, louvar ao Senhor por estes 50 anos. E quem melhor do que Maria, a Maria do Magnificat, para nos ajudar a contemplar como ela fez no seu canto a ação misericordiosa de Deus no meio do seu povo, para contemplar as maravilhas que ele faz no meio do povo humilde, e para agradecer a cantar as maravilhas e tudo o que o Senhor fez durante esses 50 anos de nossa diocese?

Temos escolhido na assembleia passada preparar-nos pastoralmente o nosso jubileu com as Santas Missões Populares, com o objetivo de fortalecer esse caminho, que desde Aparecida estamos como Igreja no Brasil realizando, de conversão pastoral e colocar-nos em estado permanente de missão. E quem melhor Maria, a Maria da Visitação para nos ensinar? Ela que saiu de casa para ir ao encontro de Isabel, que estava precisando; ela que é a portadora de Deus na casa de Isabel; ela que é a primeira missionária, de fato. Quem melhor que ela, então, para nos ajudar a viver este tempo e esta preparação das missões e a levar Jesus a cada pessoa de nossa diocese, em especial como ela nos ensina, aos mais distantes, aos mais distantes, aos mais excluídos e esquecidos?

Os fatos de Aparecida nos lembram esta atitude que nos ensina Maria. Ela se deixa encontrar, vai ao encontro dos pescadores, ela é atenta a curar uma pessoa que sofre a cegueira, ela vai ao encontro dos que sofrem a escravidão, é a Maria peregrina do nosso povo, em cada região do nosso Brasil. Essa passagem da visitação que eu lembrei agora é certamente uma passagem que nos ajuda muito a contemplar o que Maria quer trazer com sua visita à diocese. E podemos dizer que Maria quer trazer a todo aquele que a acolhe na sua família, em seu coração, quando nos deixamos visitar por Maria. Todos lembramos a passagem da visitação: ela vai como serva, a serva do Senhor e ela vai para servir. Seguramente sua visita traz maravilha, produz glória para o Senhor, produz honraria para ela. Como Isabel nos ensinou, é “a mãe do meu Senhor que vem nos visitar”, “a bendita entre todas as mulheres”. Maria vem sobretudo para nos servir, para ser solidária para com cada um de nós, para trazer os dons preciosos dos quais é medianeira, intercessora, como aconteceu a cada vez que ela se fez presente. 

A solicitude materna que Maria tem-se onde ela se faz presente.  Lembrar as bodas de Caná. E ela vem então à nossa diocese, às nossas famílias, ao coração de quem acolhe - lembrando a passagem da visitação - para trazer-nos o próprio Jesus! “É a mãe do meu Senhor” – diz Isabel, “É a mãe do nosso Senhor e Salvador” e onde ela está, Jesus também está e se faz presente. Ela não é obstáculo. É o contrário: É o caminho mais certo: basta olhar as passagens bíblicas. Desde o nascimento, até a cruz, onde está Maria, aí está Jesus.

Então a certeza de que Maria vem nos facilitar o encontro profundo com Jesus, seu filho. Ela também traz nessa visita o Espírito Santo... João Paulo II comentando a passagem, dizia que lá na visitação acontece uma pequena Pentecostes, porque Maria traz o Cristo, e o Cristo sempre nos deixa e nos doa o seu Espírito. E vemo-la como na cena da visitação, cheia do Espírito Santo, diz a Sagrada Escritura e Isabel proclama a maternidade e a grandeza de Maria.

Maria também vem trazer-nos a alegria, ela é feliz porque acreditou. Produz alegria no seio materno. João Batista, ainda embrião pula de alegria. A mesma Isabel, Maria que canta de alegria. Todo esse contexto de felicidade, é a alegria do evangelho que nos fala o nosso Papa, que Maria traz quando nos visita. E enfim Maria nos ajuda com o Magnificat a entender a misericórdia de Deus em nós. Essa misericórdia que se estende de geração em geração nós, até a nossa família, nossa cidade, até a nossa diocese de Bacabal. Ajuda-nos a entender a misericórdia de Deus neste ano jubilar que estamos próximos a celebrar. 

Essa misericórdia que se manifestou de maneira especial em Mateus, o Apóstolo que celebramos hoje. Sabemos quem era Mateus: um pecador público, um desprezado socialmente, um impuro, que não podia-se reunir no âmbito da vida religiosa, mas Deus olha o ser humano com um olhar diferente. O olhou e o chamou: “Vem e segue-me”. Deus em sua misericórdia ver em casa ser humano um dom de Deus. A palavra Mateus significa “dom de Deus”. E também o mais distante, o mais pecador é amado por Ele como um dom precioso e  transforma esse pecador em um evangelizador, um evangelista que proclama e canta as misericórdias do nosso Deus. Tem as críticas a essa atitude de Jesus, mas Jesus insiste: “Misericórdia eu quero e não sacrifício”. Essa frase é o lema do meu episcopado e o programa de vida de Jesus. É muito mais agradável para Jesus os gestos de misericórdia em favor dos irmãos a cultos, celebrações e  sacrifícios mais importantes bonitos. Ele não é um juiz que vem condenar, mas um médico que vem salvar,  ele não traz o castigo, traz a medicina, vem a ele não vai destruir, recompor, a reestruturar. Ele quer que nós sejamos assim: essa Igreja misericórdia, samaritana, que vai ao encontro dos afastados. E Maria nos ajuda. 

Vejamos tantas coisas que Maria traz com sua visita: Jesus, o Espírito Santo que nos conduz, alegria do Evangelho, a experiência da misericórdia e o testemunho dessa misericórdia. Com alegria queremos que Maria visite nossas dioceses, queremos pedir que venha conosco e acolhamos em nossas paróquias e comunidades com muita alegria, como filhos e filhas que esperam sua visita. 

O santuário que a acolhe é grande, mas ela tem muitos filhos que não podem vir, , que não têm condições. E ela quer chegar lá no Maranhão, nesses filhos mais longínquos. Nesta eucaristia queremos agradecer ao bom Deus e que a Mãe do Senhor venha nos visitar e como Maria, queremos cantar a sua misericórdia de geração em geração, também com nossa diocese de Bacabal. Amém. 

Transcrição: Lourival Albuquerque
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