quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Uma realidade que ainda preocupa famílias de jovens do mundo inteiro, inclusive dos cariocas, é o envolvimento da juventude com o mundo das drogas. E é para atuar na reversão deste quadro que o Comitê Organizador Local da Jornada Mundial da Juventude Rio2013, em parceria com o Vicariato para a Caridade Social da Arquidiocese do Rio, busca, a partir de projetos em união com comunidades terapêuticas, deixar um legado social contra este mal que aflige a sociedade.

Um dos projetos é o ônibus chamado “Passaporte da Cidadania”, que foi lançado no início de dezembro. Outra ação, mais ampla em seu atendimento, será um trabalho mais profundo com os dependentes químicos, que acontecerá a longo prazo.

Segundo o vigário episcopal para a Caridade Social e diretor do setor de Legado Social do COL, cônego Manuel de Oliveira Manangão, o legado social planejado e pensado desde o início para a JMJ foi acertado tanto entre os bispos da CNBB quanto da cidade do Rio e será colocado em prática a partir de um plano criado pelo Vicariato para a Caridade Social junto com outras instituições.

“O processo primeiro está sendo a criação do estatuto, uma espécie de regimento interno, onde ficará claro quais são as atribuições e responsabilidades e qual é o caminho que vai ser desenvolvido. Ele foi elaborado pelas entidades que estão participando desse trabalho, com as experiências que tem”, disse.

De acordo com o cônego Manangão, a partir da criação do estatuto, o projeto será desenvolvido em três momentos: o acolhimento de dependentes químicos e a prevenção contra o envolvimento de outras pessoas com o mundo das drogas, a criação de uma rede de trocas de experiências entre instituições religiosas e da sociedade civil que cuidam destas pessoas e o desenvolvimento de um centro de triagem.

Passaporte para a cidadania
A coordenadora da Pastoral do Menor, Maria Christina Sá, que faz parte do Conselho da JMJ, afirmou que, em uma pesquisa com educadores de meninos de rua, verificou-se que o envolvimento deles com as drogas deve-se, em grande parte, à busca de algo que preencha a situação de indigência e miséria em que vivem.

Por isso, segundo ela, o trabalho já começou a partir da ideia de criação de um ônibus equipado com diversas tecnologias, que foi lançado na Feira da Providência (evento em parceria com a arquidiocese do Rio de Janeiro), para promover a inclusão destes jovens à sociedade. A ele foi dado o nome de “Passaporte da Cidadania”.

“Verificamos que eles realmente queriam ser vistos e ouvidos e chegamos à conclusão do que fazer para que esses meninos venham voluntariamente para um destino que lhe dê condição de cidadania humana. Então, fizemos o ônibus para que fosse aos lugares em que a pesquisa detectou que havia uma maior concentração de dependentes químicos. Nele, haverá técnicos de TI, assistentes sociais, psicólogos e educadores".

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