terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Nos seus “Sermões sobre o Natal e a Epifania”, São Leão Magno, Papa e doutor da Igreja (440-461): “Gloriava-se o demônio porque o homem, enganado por seu ardil, estava privado dos dons divi­nos e, despojado da imortalidade, encontrava-se sujeito a uma dura sentença de morte; assim, tendo um companheiro de pre­varicação, encontrava algum alívio em seus males (…).”

“Cristo nasceu de uma virgem para “ocultar ao demônio que a salvação nascera para os homens, a fim de que, ignorando a geração espiritual, não julgasse que havia nascido de modo diferente aquele que via semelhante aos outros. Notando que Sua natureza era igual a de todos, supunha que Sua origem fosse a mesma; e não percebeu que estava livre dos laços do pecado aquele que não encontrou isen­to da fraqueza dos mortais.”

“Deus não recorreu a Seu poder; mas a Sua justiça. Pois o antigo inimigo, em seu orgulho, reivindicava com certa razão seu direito à tirania sobre os homens e oprimia com po­der não usurpado aqueles que havia seduzido, fazendo-os pas­sar voluntariamente da obediência aos mandamentos de Deus para a submissão à sua vontade. Era portanto justo que só per­desse seu domínio original sobre a humanidade sendo venci­do no próprio terreno onde vencera”.

“Conhecendo o veneno com que corrompera a natureza humana, jamais (o demônio) jul­gou isento do pecado original aquele que, por tantos indícios, supunha ser um mortal. Obstinou-se pois o salteador impru­dente e cobrador insaciável em se insurgir contra aquele que nada lhe devia; mas, ao perseguir n’Ele a falta original comum a todos os outros homens, ultrapassa os direitos em que se apoi­ava, exigindo daquele em quem não encontrou vestígio de culpa a pena devida ao pecado.”

“Fica portanto anulada a sentença (cf. Cl 2,14) do pacto mortal que ele havia maldosamente ins­pirado e, por ter exigido contra a justiça além do que era devi­do, todo o débito é cancelado. Aquele que era forte é amarra­do com seus próprios laços. (…) O príncipe deste mundo é acorrentado, são-lhe tirados seus instrumentos de captura (…) a morte é destruída por outra morte, o nascimento renovado por outro nascimento, porque ao mesmo tempo a redenção põe fim a nosso cativeiro, a regeneração transforma nossa ori­gem e a fé justifica o pecador.”

Ele veio para tirar o homem das trevas e o mundo da desgraça; Ele veio para nos devolver a vida que nunca acaba; Ele veio para dar sentido a todas as coisas.

Celebrar o seu Natal é se alegrar com sua chegada e o receber com um coração puro e disposto a fazer a sua vontade.

Prof. Felipe Aquino
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