Em muitas situações de minha caminhada seminarística imaginei como seria exatamente este momento. Ano a ano, em cada ordenação, perguntava-me como seria falar aos presentes sobre tão grande graça recebida. E ali sonhava, rezava e me colocava sempre nas mãos de Deus. Pois bem, o momento chegou e aqui estou. Feliz, por ser diácono da Santa Igreja e por reconhecer tantos amigos e irmãos nesta Igreja Matriz de “Nossa Senhora do Rosário de Fátima”.
Àqueles que conhecem minha história de vida, sabem que minha vocação teve uma peculiaridade às vezes diferente do que conhecemos comumente. Muitos desde a infância conseguem reconhecer a voz de Deus que já os vocacionava. Nesta fase nunca pensei em ser padre e também não poderia imaginar um dia estar nesse caminho eclesiástico.
Mas, como disse o Teopoeta Dom Fernando Iório, “Na caminhada da vida encontrei-me contigo. Sem, no entanto prever o que havia comigo”. Assim, nos caminhos de minha adolescência, tive uma profunda experiência de Deus, que marcou meu ser. Com 8 anos fiz minha Primeira Eucaristia, aprendi com a Ir. Maria quando fosse a minha primeira vez que comungasse fizesse um pedido e sem saber de nada pedi que fosse um padre, hoje digo como o salmista “pois nas palavras que dissestes esperei” (Sl 118,74b). E, pouco a pouco, Cristo foi me seduzindo, a ponto de eu querer corresponder intensamente a Ele. Descobri que a vocação no ministério ordenado da Igreja era o projeto de Deus para mim. Participando das missas diariamente, na Igreja Matriz de São Benedito com minha mãe, fui me encantando com a beleza de ser servo do Altar. Paulatinamente, via ali, o sentido da minha vida. Era meu lugar, era a vontade de Deus em mim “Quanto a mim, uma só coisa me interessa: cumprir vossos preceitos, ó Senhor!” (Sl 118, 56).
Tantas vezes tive medo de não corresponder fielmente à altura deste chamado, porém, sempre acreditei na graça que auxilia a natureza. Aqui estou, “ECCE VENIO – PARA FAZER A TUA VONTADE” (Hb 10,9) dando o meu mais sincero assentimento a esta consagração. E hoje, sou Diácono, um sinal e expressão de Cristo Servo.
Ser diácono é ser uma voz sempre presente na Igreja de convocação a todos os cristãos para o serviço e assim suscitar novos rostos de diaconia.
Para isso, peço a ajuda de vocês. Aos fiéis, orações de súplica e intercessão. Aos irmãos clérigos, peço o acompanhamento e conselhos, como já fazem há tempos. Possuo amigos no Clero que são como irmãos, companheiros de caminhada, que me fazem acreditar na mais profunda fraternidade, principalmente aqueles que foram contemporâneos meus no Seminário, que me ajudaram desde então. Por favor, acolham este irmão mais novo com afeto de irmãos mais velhos, para juntos buscarmos a plena realização de cada ministério ao qual fomos chamados.
Por fim, desejo manifestar minha gratidão.
A Dom Armando por ordenar-me e enviar-me a esta nova missão e por tantas vezes ser um pai misericordioso.
Aos padres irmãos fraternos desta paróquia, Pe. Carlinhos por ter sido um pai Espiritual e pe. Mateus por ser um irmão mais velho. Ao Frei Ribamar por terem contribuído em minha formação e por me ensinar como se trabalhar a vida pastoral.
Ao Frei Frederico, por ter pregado em meu retiro e por ser meu diretor Espiritual de sempre, guardarei sempre o vossos ensinamentos “no abandona-se ao amor do Deus à sua vontade, - terei a prova, pois o amor divino mergulha sua espada até o mais íntimo e secreto de nossas almas e separa-nos de nós mesmo, dai coloquemos Deus nos nossos limites, nos nossos limites Deus”. E dos conselhos evangélicos a ponto de inflamar em mim o desejo de ser mais de Deus.
Ao Irmão e querido amigo Pe. Sares, da Diocese de Zé Doca que compartilhou comigo momentos de alegria e tristeza na faculdade.
À Paróquia do meu coração, paróquia Santo Antônio de Pádua – Trizidela do Vale/MA, onde fui batizado, onde tudo começou e se renovou na paróquia de São Benedito, onde fiz minha Primeira Eucaristia e Crisma, discernimento vocacional, muito obrigado por vocês terem vindo, pois o meu coração é grande e cabem as duas paroquias e mais.
Assim como a Paróquia de Sant’Ana (Bacabal); São Pedro (Porção de Pedra) e tantas outras onde passei fazendo visitas e pastoral.
E, não poderia esquecer, pois vim parar nos braços da Mãe, nos braços da paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima, minha gratidão à matriz, às comunidades São Raimundo Nonato, Monte Castelo e Três Lagoas onde tive mais atuando neste tempo de estágio para o diaconal, meu carinho especial a vocês. Também as outras comunidades onde pouco estive, mas ficou para sempre marcado o carinho de todos vocês, jamais esquecerei.
Agradeço àqueles que vieram de tão longe, das diversas comunidades paroquiais e diocese, especialmente as que citei acima. Muitos vieram de carro particular, pau de arara, moto e de ônibus de localidades tão distantes, enfrentando estradas e se esforçando para estar aqui. Minha alegria não seria completa sem este gesto tão deliberado. Como não amá-los? Vós sois expressão de que “perto estais, se dentro estais”.
Meus agradecimentos aos seminaristas, religiosos e religiosas das diversas congregações. Aqui destaco a Ir. Domingas e Ir. Nazaré que tantas vezes, também, enxugou minhas lágrimas. Aos irmãos Diáconos Permanentes que hoje me acolheram neste ministério. Meu muito obrigado! Ao diácono transitório Valtermir. Às autoridades civis dos três municípios de nossa paróquia – Esperantinópolis; São Roberto e São Raimundo do Doca Bezerra.
Agradeço ao Ministério de Música que abrilhantou essa noite sendo reflexo do Cristo Belo através da Arte.
Às equipes que foram montadas para esta solenidade: Liturgia; acólitos; acolhida; recepção; confraternização e jantar. Por tamanha destreza em organizar e colaborar nessa ordenação. Nada disso teria acontecido sem vocês.
Aos meus amigos amigas “Hoje vocês estão aqui” e os que não puderam está aqui "Nordestão de Liturgia" – afilhados e afilhadas, comadres e compadres, meus padrinhos e madrinhas a quem tanto amo.
Aos meus familiares. Vocês me conhecem, sabe quem sou, e hoje testemunham a obra de Deus realizada em mim. Devo minha formação de valores e a raiz de minha fé a vocês. Choros e alegrias, distâncias e proximidades, binômios de quem são pertença. Amo-os profundamente.
Agradeço a todos os que rezaram por mim e aqui estão. Olho para vocês e vejo refletidas as diversas fases da minha vida, contemplando assim minha história, pois vocês fazem parte dela.
E por fim, agradeço a Trindade e a Virgem Maria por tão imensa graça recebida. Mudastes o rumo de minha vida e hoje manifesto minha alegria em fazer tua vontade. Sim, Senhor amado, eis-me aqui, eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade. Sou teu, és meu. E agora, para sempre. Obrigado e que Deus vos abençoe a todos e a todas.
Diác. Pedro de Jesus Lima
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