sábado, 29 de novembro de 2014

“O Espírito Santo é a alma da Igreja”, dá vida, suscita os diversos carismas e cria a unidade. Ele é a harmonia” – esta a mensagem central transmitida pelo Papa Francisco aos católicos da Turquia, na missa do primeiro domingo do Advento, celebrada este sábado à tarde, na presença do Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I, na catedral de Istambul, dedicada precisamente ao Espírito Santo.

O Espírito Santo é a alma da Igreja. Ele dá a vida, suscita os diversos carismas que enriquecem o povo de Deus e sobretudo cria a unidade entre os crentes: de muitos faz um único corpo, o corpo de Cristo. Toda a vida e missão da Igreja dependem do Espírito Santo.

Partindo da primeira leitura da missa, em que São Paulo recorda que «Ninguém pode dizer: “Jesus é Senhor”, senão pelo Espírito Santo», o Papa observou que quando rezamos, fazemo-lo porque o Espírito Santo suscita a oração… quando… saímos de nós mesmos e nos aproximamos dos outros para os encontrar, escutar, ajudar, é o Espírito de Deus que nos impele. Assim também quando descobrimos em nós uma capacidade inusual de perdoar, de amar a quem não gosta de nós…
É verdade! O Espírito Santo suscita os diversos carismas na Igreja;
à primeira vista, isto parece criar desordem, mas na realidade, sob a sua guia, constitui uma imensa riqueza, porque o Espírito Santo é o Espírito de unidade, que não significa uniformidade. Só o Espírito Santo pode suscitar a diversidade, a multiplicidade e, ao mesmo tempo, realizar a unidade.

Quando somos nós a querer fazer a diversidade e fechamo-nos nos nossos particularismos e exclusivismos, trazemos a divisão – advertiu o Santo Padre. Quando somos nós a querer fazer a unidade com os nossos projectos humanos, acabamos por trazer a uniformidade e a homologação.

É o Espírito Santo que faz a unidade da Igreja: unidade na fé, unidade na caridade, unidade na coesão interior. A Igreja e as Igrejas são chamadas a deixarem-se guiar pelo Espírito Santo, colocando-se numa atitude de abertura, docilidade e obediência.

Em nós está sempre presente a tentação de opor resistência ao Espírito Santo, porque perturba, porque revolve, faz caminhar, impele a Igreja a avançar. E é sempre mais fácil e confortável acomodar-se nas próprias posições estáticas e inalteradas...

A Igreja mostra-se fiel ao Espírito Santo na medida em que põe de lado a pretensão de O regular e domesticar. E nós, cristãos, tornamo-nos autênticos discípulos missionários, capazes de interpelar as consciências, se abandonarmos um estilo defensivo para nos deixamos conduzir pelo Espírito. Ele é frescor, criatividade, novidade.

A Igreja, nascida do Pentecostes, recebe em herança o fogo do Espírito Santo… é investida pelo vento do Espírito, que não transmite um poder, mas habilita para um serviço de amor, uma linguagem que cada um é capaz de compreender.

No nosso caminho de fé e de vida fraterna, quanto mais nos deixarmos guiar humildemente pelo Espírito do Senhor, tanto mais superaremos as incompreensões, as divisões e as controvérsias, tornando-nos sinal credível de unidade e de paz.

Quase a concluir, o Santo Padre saudou os bispos e patriarcas presentes, assim como os presbíteros, diáconos e leigos, católicos e ortodoxos: antes de mais o Patriarca Siro-Católico, o Presidente da Conferência Episcopal, o Vigário Apostólico, outros Bispos e Exarcas, os presbíteros e diáconos, as pessoas consagradas e os leigos, das várias comunidades e diversos ritos; e também o Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I, o Metropolita Siro-Ortodoxo, o Vigário Patriarcal Arménio Apostólico e os responsáveis das Comunidades Protestantes, exprimindo-lhes gratidão pelo gesto fraterno que a sua presença representa.
E concluiu dirigindo o pensamento à Virgem Maria, a santa Mãe de Deus, que no Cenáculo rezou com os Apóstolos à espera do Pentecostes.

Peçamos ao Senhor que envie o seu Santo Espírito aos nossos corações e nos torne testemunhas do seu Evangelho em todo o mundo. Amem!
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