segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

De 30 de novembro a 15 de dezembro, 72 jovens de todo o Brasil, participaram da "1ª Missão Jovem na Amazônia”, onde as dioceses de Borba, Parintins, Coari e Boa Vista foram o cenário desse projeto que visou despertar o jovem para a vivência da vocação missionária, convivendo, conhecendo, aprendendo e trocando experiências na realidade amazônica das comunidades ribeirinhas e indígenas.

Entre os mais de 2.800 jovens que inscreveram-se no projeto, o jovem bacabalense Fagno Silva, da Paróquia São Francisco das Chagas / Bacabal-MA, foi selecionado e conta para nós um pouco dessa experiência. Confira:

PERFIL

Nome: Fagno Silva da Costa 
Idade: 20 Anos 
Paróquia que faz parte: São Francisco das Chagas 
Grupos que faz parte na Paróquia: Coordenador do Setor Juventude e Membro da JUFRA ( Juventude Franciscana).

Site da Paróquia Sant'Ana e São Joaquim: Quando surgiu a ideia de viajar para fazer missão na Amazônia?

Sempre tive a vontade de ir à Amazônia, conhecer e saber como vive esse povo tão desconhecido. Os meios de comunicação sempre falavam dessa Amazônia que só tinha índios, florestas e pássaros. Daí, olhando no site Jovens Conectados vi o anúncio da “ I Missão Jovem na Amazônia”. Fiquei interessado e minha sorte foi que eu fiz a minha inscrição no dia do encerramento, dia 10/05/2014.

Site da Paróquia Sant'Ana e São Joaquim: Para você, o que significou esse momento de partir para a Missão? 

Só em saber que eu fui um dos SELECIONADOS veio-me ainda mais esse ardor missionário. Sempre estive presente nas missões que a Paróquia de São Francisco das Chagas realiza e em saber que eu poderia ir mais além, senti ainda mais que Deus está e estaria sempre comigo nessa missão. Tive a oportunidade de conhecer e viver junto com as famílias ribeirinhas e descendentes de algumas tribos indígenas.

Eu pude conhecer realmente que lá não só tem Índios, florestas e pássaros, mas tem um povo muito acolhedor, rico em natureza, pessoas que sabem realmente dar valor às outras pessoas que vêm de tão longe para simplesmente conhecer, ver ou até mesmo pegar na mão.  

Site da Paróquia Sant'Ana e São Joaquim: Qual foi o percurso dessa missão? Que trabalho você realizou?

Primeiro passamos três dias em Manaus –AM, em formação e no dia 02 de dezembro, tivemos uma Missa de envio com o Padre Carlos Sávio na Paroquia São Sebastião; no dia 03, todos que foram para a área da Prelazia de Borba (na qual eu estava) saíram na madrugada, quando chegamos à cidade de Autazes todos dividiram-se para outros municípios, como Autazes, Nova Olinda e Camunã. 

Eu fiquei na cidade de Autazes. Passamos por várias comunidades ribeirinha da Paróquia de Santana e São Joaquim, realizamos várias visitas missionárias, visitando as famílias e falando do “Amor que Deus tem por cada um de nós” e em muitas visitas eu ficava ainda mais surpreso: chegava a visitar e em diversas casas encontrava apenas as crianças, que nos relatavam que os pais haviam saído para trabalhar. Vi a calamidade do poder público para com a sociedade daquela região.  
Em todas as comunidade nas quais passei convidava para participar da Santa Missa e logo depois sempre conversava com as famílias, jovens, crianças e adultos. Nós realizávamos trabalhos diferentes, dividíamos jovens, crianças e adultos e entre nós, missionários, nos dividíamos para conseguir fazer esse trabalho.  
   
Site da Paróquia Sant'Ana e São Joaquim: Qual a sua maior dificuldade nesses dias em que passou na Amazônia?

A minha única dificuldade foi a perda de sono que tive, pois dormia tarde e acordava muito cedo.

Site da Paróquia Sant'Ana e São Joaquim: Qual a maior alegria?

Minha maior alegria é em saber que as comunidades darão continuidade nessa missão, pois tive um compromisso de formar grupos de jovem onde não tinha e ajudar a fortalecer  onde já existiam. 

Site da Paróquia Sant'Ana e São Joaquim: O que foi mais marcante nessa experiência missionária?

 O que marcou foi que os próprios jovens da Paróquia Santana e São Joaquim foram protagonistas dessa missão, sempre e em todas as comunidade eles/ elas nos acompanharam e assumiram realmente esse ardor missionário. 
Site da Paróquia Sant'Ana e São Joaquim: Você de algum modo sentiu medo ou pensou em desistir?

Isso nem passou pela minha cabeça em desistir ou em ter medo. Eu e os outros quatro missionários que estavam comigo pensamos em um lema: “ É DE AVENTURA QUE A GENTE GOSTA”,  porque cada dia era uma experiência nova e novas aventuras. O carro atolou e tivemos que desatolar, o barco ficou atolado e lá vamos nós dentro d´água para desatolar... Banhamos em diversos rios por falta de água nas torneiras. Todos os dias dormíamos em comunidade e casas diferente e em uma das noites o coordenador da comunidade (Wagner) nos convidou para ver os jacarés à noite e foi muito bacana, pois todas as comunidades nos atraíam com coisas diferentes da nossa rotina dentro das nossas cidades .
    
Site da Paróquia Sant'Ana e São Joaquim: Que experiência essa missão trouxe a você?

Essa experiência vai ficar marcada pro resto da minha vida. Trouxe-me que podemos unir essa diversidade de culturas e fazer grandes momentos bons para a evangelização em nome desse Deus que é vivo e que se faz presente na Santa Missa.
Site da Paróquia Sant'Ana e São Joaquim: Qual a mensagem que você deixa para os jovens que desejam ser missionário além da diocese?

A missão é de todos nós! Não existe fórmula para ser missionário: basta apenas cada um pôr em pratica aquilo que recebeu no Batismo, pois recebemos tudo em nome do PAI, FILHO E ESPRITO SANTO.  
Assim diz a canção: “Sou missionário, sou povo de Deus, sou índio, caboclo, mestiço, fazendo da vida a missão; aqui nesta grande tapera da Igreja Amazônica, sou mensageiro de um Deus que é Irmão”.  

Site da Paróquia Sant'Ana e São Joaquim:  Conte-nos mais sobre a Missão.

Essa missão veio para mim como um presente do meu mês de aniversario, pois completo ano dia 04/06 e a lista dos selecionados foi exposta no dia 20/06/2014, então já começou muito bem. 

Com dois meses antes da Missão foi criado um grupo no Whatssap para fomentar esse ardor missionário e era bem alegre e muito animado. Lá falava-se até das culinárias de cada estado. 

No  dia 01/12/2014 teve a noite cultural e todos os missionários tinham que levar algo da culinária da sua região e eu levei guaraná Jesus. Todos ficaram loucos para provar, fizeram ate fila para provar [risos]. Foi muito divertido.  

O Bispo Dom Eduardo acompanhou-nos durante toda a formação, diversos padre e freiras estiveram presentes. 

A todas as comunidades que visitávamos só era possível chegar de barco. Também andamos 13 km a pé para chegar a uma comunidade... Foi muita alegria, mas de muito cansaço. Acordamos 3:30h para ir caminhando até um rio que  pegamos um barco para chegar à comunidade da Vila do Soares. Como em todas as confraternizações,  não poderia faltar o boi, pois é uma cultura muito forte na Amazônia e nós entramos juntos nas danças, em uma disputa do boi azul com o vermelho (Caprichoso e Garantido). Eu, sem saber com qual boi eu ficaria - pra não ser rival de ninguém - , dancei em todos. 
  
Não conseguirei dizer tudo que eu vivi com aquele povo, que é rico em cultura e beleza, pois tudo que eu vivi ficará guardado pra sempre nesse coração cheio de alegria. A tristeza que tenho é que não sei quando vou revê-los novamente. 
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