quinta-feira, 21 de novembro de 2013

No número 828 do Catecismo da Igreja Católica, lemos o seguinte: "Ao canonizar certos fiéis, isto é, ao proclamar solenemente que esses fiéis praticaram heroicamente as virtudes e viveram na fidelidade à graça de Deus, a Igreja reconhece o poder do Espírito de santidade que está nela e sustenta a esperança dos fiéis, propondo-os como modelos e intercessores".

Desde os primeiros séculos, na Igreja se começou a venerar os mártires, que haviam dado sua vida por Deus, com este duplo aspecto: exemplos a seguir e intercessores no céu. Mais tarde, reconheceu-se a santidade em outros fiéis, que a haviam demonstrado de maneira diferente do martírio, ou seja, com uma vida virtuosa.

A verdade é que precisamos das duas coisas. Exemplos, de todos os povos e culturas, de toda classe e condição, de todas as épocas. Estas pessoas nos dizem, com suas vidas, que a santidade – à qual todos somos chamados – é possível, não está fora do nosso alcance.

Também é muito conveniente ter intercessores. O número 956 do Catecismo, que cita um texto do Concílio Vaticano II, explica os motivos: "Os bem-aventurados, estando mais intimamente unidos com Cristo, consolidam mais firmemente a Igreja na santidade. Eles não cessam de interceder a nosso favor, diante do Pai, apresentando os méritos que na terra alcançaram, graças ao Mediador único entre Deus e os homens, Jesus Cristo. A nossa fraqueza é assim grandemente ajudada pela sua solicitude fraterna".

Sobre o fundamento bíblico a respeito disso, é importante levar em consideração, em primeiro lugar, que nem tudo está necessariamente na Bíblia, ainda que ela seja a principal fonte da doutrina. A Igreja é a depositária da doutrina e dos meios de salvação que Cristo nos deixou, e tem a assistência do Espírito Santo para realizar esta missão.

De qualquer maneira, isso não significa que faltem completamente referências bíblicas. Quanto à exemplaridade, é algo bastante generalizado; a Bíblia apresenta, sobretudo no Antigo Testamento, modelos de fidelidade a Deus que recomenda seguir: Abraão, Moisés, Samuel etc.

Dentre eles, dois (Moisés e Elias) aparecem glorificados na Transfiguração do Senhor, junto a Ele no Monte Tabor. Sobre sua intercessão, temos esta citação do Apocalipse: "Quando recebeu o livro, os quatro Animais e os vinte e quatro Anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um uma cítara e taças de ouro cheias de perfume (que são as orações dos santos)" (5, 8).

Por outro lado, há uma lógica nisso: se verdadeiramente a Igreja é um corpo (e corpo de Cristo) e a ela pertencem os que já estão no céu, é muito compreensível que estes contribuam para a vida do corpo em sua condição, o que se realiza mediante sua intercessão por aqueles que continuam neste mundo.

Fonte: Aleteia
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